Em 2023, fui convidado por uma multinacional francesa a contribuir com a implementação de seu código de ética, atentando para diversas questões do compliance e da convivência interna de maneira geral e naquele ambiente específico.
Como toda empresa que leva a sério a boa conduta e entende que um ambiente de trabalho saudável e livre de violência é mais feliz e lucrativo, notei ali um alto grau de consciência a respeito da necessidade de uma educação constante de líderes e colaboradores sobre questões cruciais da convivência virgula entre elas, o assédio moral.
Quando a multinacional indicou que gostaria de me contratar para uma palestra cujo tema seria esse, retomei parte de meus estudos no tema à guisa de atualização. Traço aqui algumas reflexões decorrentes dessa atividade.
O assédio moral no trabalho pode ocorrer a partir de dois lugares: institucional e interpessoal. O primeiro é caracterizado por estratégias organizacionais desumanas que promovem um ambiente de humilhação e controle com o objetivo de melhorar a produtividade. Nesse caso, as pessoas responsáveis pelo assédio são líderes ou gestores e a pessoa jurídica é também considerada autora da agressão. Já o segundo é definido como praticado dentro de equipes com a finalidade de prejudicar ou eliminar um profissional nas relações com sua equipe.
Hierarquicamente, ou verticalmente, sobretudo quando falamos de assédio interpessoal, há duas vias: de cima para baixo e de baixo para cima. Ainda que seja mais comum que se identifique práticas de liderança tais como prazos impossíveis, decisões injustificadas e errantes, ignorar problemas de saúde, isolar colaboradores evitar comunicação direta com eles ou vigiá-los excessivamente, algumas práticas adotadas por subordinados no organograma da organização também se caracterizam como assédio. Quando a equipes resolvem infernizar a vida de líderes, quando a informação não circula como necessário e o trabalho do líder é prejudicado, quando se atribui apelidos e se desrespeita a hierarquia, também caracteriza-se assédio moral.
As consequências de um ambiente que não previne e corrige casos ou culturas de assédio moral caracterizam um claro caso de perde-perde. Para os indivíduos, uma série de consequências psicológicas e psicossomáticas são comuns em situações de assédio moral. Para a empresa, diversas repercussões prejudicam os resultados, a dinamicidade e a capacidade de lidar com os requisitos de produtividade inovação cada vez mais intensos no mercado competitivo.
Frequentemente situações de assédio moral são desencadeadas por despreparo, tanto de lideranças quanto de colaboradores. A melhor maneira de evitar as graves consequências sociais e econômicas deste tipo de prática é adotar uma cultura de prevenção, que passa pela incorporação de um código de ética, pelo incentivo à participação de colaboradores na vida da empresa, redução de trabalho monótono e repetitivo, estabelecer canais para denúncias e promover palestras e cursos formativos sobre o assunto.
É para isso que nos preparamos enquanto professores e profissionais de consultoria corporativa. Palestras e cursos de formação podem parecer, em um primeiro momento, custos pontuais, mas a aversão ao risco e a proteção da imagem da empresa, bem como a busca da Felicidade das pessoas são critérios infinitamente superiores. Se sua empresa busca a felicidade e o lucro, não hesite em entrar em contato conosco.