Moral e ética são conceitos com origens muito similares, mas que podem ser separados sem muita dificuldade. Ética você descobre o que é neste texto (link do artigo anterior). Mas, e moral? Vejamos.
O único obstáculo diante de nós é a origem parecida das palavras: ética vem do grego ēthikḗ, uma variação de έθoς (éthos), que significa costume; e moral vem do latim morus, que significa… costume também! Então, são a mesma coisa? Em algum momento já foram, mas agora podemos refinar bastante o nosso entendimento. Pega na nossa mão e vem com a gente!
O professor espanhol Adolfo Sánchez Vázquez define moral de uma maneira que cabe em um tweet: “a moral é um conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual e social das pessoas”.
A moral, então, é composta por uma série de preceitos. É o que chamamos de normativa: uma referência de conduta que existe graças ao acordo entre os agentes sociais que se reportam a ela. Isso nos permite dizer que, nessa perspectiva, a moral é um subproduto da ética. É o resultado das reflexões éticas que constroem uma moral. Mas não só.
Se a ética pode se desenvolver integralmente no universo subjetivo de um único indivíduo, a moral requer não só a consideração da relação entre as pessoas, como sofre influência de todos os intercruzamentos que compõem um coletivo social. Um sistema ético pode ser, então, puramente lógico e especulativo, fechado em si mesmo, cristalizado em um livro ou uma obra, mas um sistema moral está muito ligado às dinâmicas sociais, tanto na sua composição quanto nas suas transformações e efetividade.
Frequentemente, chama-se o compêndio “moral” de “código de ética” ou “código de conduta” nas empresas. Não é raro que esses códigos sejam tratados como sistemas éticos, e não como sistemas morais. Por isso, é muito comum que nos procurem para explicar o código à empresa ou entender por que ele não está “pegando”. Porque quando um código de ética não responde aos elementos da moral de que falamos (cultura, história, valores pessoais), ele não tem legitimidade, não é reconhecido e acaba se tornando um elemento externo a todos que deveriam incorporá-lo em suas vidas.
Por isso, desenvolvemos, no Espaço Ética, uma série de atividades que envolvem diagnóstico da cultura organizacional, preparação e renovação de códigos de ética, cursos e palestras sobre os principais valores organizacionais.
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Gustavo Dainezi – Escritor, mestre em Comunicação e Práticas de Consumo pela ESPM, comunicador pela ECA/USP. Atua em ética em pesquisa, ética corporativa e divulgação científica.